Julian Assange surge na tela como um homem "brilhante", um "humanitário anarquista", um "idealista como John Lennon".
Mas isso é apenas o começo do documentário "We Steal Secrets: The Story Of WikiLeaks" (Nós roubamos segredos: a história do WikiLeaks, em tradução livre), que estreou no mês passado nos EUA. Quase duas horas depois, o jogo vira, e Assange é chamado de terrorista, arrogante, manipulador, paranoico, estuprador e fedorento.
O filme é dirigido por Alex Gibney, ganhador do Oscar por "Um Táxi para a Escuridão" (2007), sobre torturas praticadas por soldados americanos. Ele também tem no currículo filmes sobre corrupção corporativa e personagens curiosos, como Hunter S. Thompson.
"We Steal Secrets" mistura todos esses elementos em volta da figura misteriosa do australiano fundador do WikiLeaks, site para publicação de informações confidenciais, que ajudou a alavancar as revoltas da Primavera Árabe e revelou casos de corrupção bancária na Islândia.
O filme fala de seu passado de hacker, infiltrando-se nos computadores da Nasa e do governo australiano nos anos 80. "Era apenas uma exploração intelectual", ele explica em vídeos de arquivos. Assange cobrou US$ 1 milhão de Gibney para ser entrevistado, e o diretor recusou.
SEGREDOS VAZADOS
Foi no seu projeto mais ambicioso, o vazamento de documentos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão, que sua história passa a desandar. Como quando faz parceria com jornais para a divulgação dos dados e briga com os editores por não querer apagar os nomes citados, pouco se importando se isso resultasse em mortes.
Nessa parte, o documentário traz outro personagem peculiar, o soldado Bradley Manning, responsável por repassar as informações e denunciado pelo hacker Adrian Lamo, um suposto amigo com problemas mentais com quem manteve longos chats. As mensagens, muitas sobre sua vontade de ser mulher, são transmitidas na tela.
Por fim, conhecemos uma das duas mulheres que acusam Assange de crimes sexuais na Suécia, incluindo forçar sexo sem camisinha.
Anna, voluntária que ajudou o WikiLeaks em Estocolmo, diz que, a princípio, elas só queriam um teste de Aids de Assange, que se recusou a fazer. Sem mostrar o rosto, ela conta que recebe ameaças de morte regularmente.
Isolado e criticado por ex-colegas de WikiLeaks, ele chega ao final do filme como um hacker defensor da verdade que parece fugir dos esqueletos em seu próprio armário. No dia 19, fará um ano que está refugiado na embaixada do Equador em Londres.
Gibney nota a ironia de ele estar sendo ajudado por um país com histórico de "prender seus jornalistas".
Fonte: Folha de S. Paulo
Mas isso é apenas o começo do documentário "We Steal Secrets: The Story Of WikiLeaks" (Nós roubamos segredos: a história do WikiLeaks, em tradução livre), que estreou no mês passado nos EUA. Quase duas horas depois, o jogo vira, e Assange é chamado de terrorista, arrogante, manipulador, paranoico, estuprador e fedorento.
(foto:Chris Helgren/Reuters) | |
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, cuja trajetória é tema do filme 'We Steal Secrets' |
O filme é dirigido por Alex Gibney, ganhador do Oscar por "Um Táxi para a Escuridão" (2007), sobre torturas praticadas por soldados americanos. Ele também tem no currículo filmes sobre corrupção corporativa e personagens curiosos, como Hunter S. Thompson.
"We Steal Secrets" mistura todos esses elementos em volta da figura misteriosa do australiano fundador do WikiLeaks, site para publicação de informações confidenciais, que ajudou a alavancar as revoltas da Primavera Árabe e revelou casos de corrupção bancária na Islândia.
O filme fala de seu passado de hacker, infiltrando-se nos computadores da Nasa e do governo australiano nos anos 80. "Era apenas uma exploração intelectual", ele explica em vídeos de arquivos. Assange cobrou US$ 1 milhão de Gibney para ser entrevistado, e o diretor recusou.
SEGREDOS VAZADOS
Foi no seu projeto mais ambicioso, o vazamento de documentos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão, que sua história passa a desandar. Como quando faz parceria com jornais para a divulgação dos dados e briga com os editores por não querer apagar os nomes citados, pouco se importando se isso resultasse em mortes.
Nessa parte, o documentário traz outro personagem peculiar, o soldado Bradley Manning, responsável por repassar as informações e denunciado pelo hacker Adrian Lamo, um suposto amigo com problemas mentais com quem manteve longos chats. As mensagens, muitas sobre sua vontade de ser mulher, são transmitidas na tela.
Por fim, conhecemos uma das duas mulheres que acusam Assange de crimes sexuais na Suécia, incluindo forçar sexo sem camisinha.
Anna, voluntária que ajudou o WikiLeaks em Estocolmo, diz que, a princípio, elas só queriam um teste de Aids de Assange, que se recusou a fazer. Sem mostrar o rosto, ela conta que recebe ameaças de morte regularmente.
Isolado e criticado por ex-colegas de WikiLeaks, ele chega ao final do filme como um hacker defensor da verdade que parece fugir dos esqueletos em seu próprio armário. No dia 19, fará um ano que está refugiado na embaixada do Equador em Londres.
Gibney nota a ironia de ele estar sendo ajudado por um país com histórico de "prender seus jornalistas".
Fonte: Folha de S. Paulo
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