Estudo do centro de pesquisas sobre mídias
sociais da MS analisou 1,5 milhão de tweets publicados e a influência do
microblog no movimento
Um estudo feito pela equipe do Microsoft FUSE Labs,
centro de pesquisas e desenvolvimento de projeto sobre mídias sociais,
mostra o papel exercido especialmente pelo Twitter nos protestos que têm
agitado o Brasil nas últimas semanas. E indica uma grande influência da
comunidade internacional na geração de posts na semana de 17 de junho.
O estudo foi publicado no blog do FUSE em um post assinado pelos pesquisadores Andrés Monroy-Hernández e Emma Spiro e analisa o impacto do microblog a partir da leitura de mais de 1,5 milhão de tweets postados entre 01 de junho e 22 de junho contendo as hashtags #VemPraRua, #MudaBrasil, #ChangeBrazil, #ChangeBrasil, #passelivre, #protestosrj, #ogiganteacordou, #copapraquem, #PimientaVsVinagre, #sp17j, #consolação e #acordabrasil.
Segundo o post, embora o aumento das tarifas de ônibus estivesse nas notícias desde janeiro, a presença online do Movimento Passe Livre (MPL), criado há 8 anos, esteve limitada ao blog do MPL e à página do evento no Facebook até a primeira manifestação em 06 de junho, que atraiu milhares de pessoas. Posts sobre o confronto violento e os vídeos mostrando pessoas que foram feridas pela polícia que começaram a ser divulgados em mídias sociais foram um ponto de virada e garantiram ao movimento muita atenção no Twitter e no Facebook, que rapidamente se espalha para mais cidades brasileiras e para fora do país. Veja abaixo o gráfico de tweets que vai de 1 a 22 de junho.
O FUSE indica, em sua análise, três pontos importantes e interessantes sobre o movimento visto pela lente das redes sociais:
1. Tweets dos protestos em 17 de junho
Um pico de 96.531 tweets/hora aconteceu em torno das 20h00 em 17 de junho de 2013, quando os manifestantes invadiram o Congresso brasileiro. Mensagens com fotos sobre a invasão foram retuitadas inúmeras vezes gerando uma "tsunami" de tweets no horário. Na imagem abaixo é possível ver as ondas de tweets por hora e a sazonalidade é visível.
2. Natureza internacional dos protestos
Metade dos tweets veio de usuários cujo fuso horário é definido como "Brasília", enquanto o restante veio de uma ampla gama de fusos horários incluindo Santiago, Groenlândia, Meio-Atlântico, Havaí, Quito, Hora do Atlântico (Canadá), Eastern Time (EUA e Canadá), Londres, Pacific Time (EUA e Canadá), Central Time (EUA e Canadá), Istambul e Buenos Aires.
A proporção relativamente alta de usuários de Istambul foi particularmente interessante, dado os protestos semelhantes acontecendo na Turquia. O número real de tweets de Istambul foi muito pequeno (5.582 tweets postados por 3.517 contas diferentes), mas as conversas têm um atraso em comparação com a maior parte dos tweets, o que sugere que os tweets vindos de Istambul foram publicadas depois de ouvir a notícia do que estava acontecendo no Brasil (os tweets de Istambul atingiram um pico de 434 tweets/hora em 18 de junho).
3. Rede de interações fecha um ciclo
Talvez a descoberta mais fascinante é ver que a interação entre os usuários mais ativos (os top 1% dos usuários, que postaram pelo menos 20 tweets cada um) tem um comportamento cíclico de menções e retweets na semana. A rede de interação começa fraca em 15 de junho, passa a ser mais densa em 17 de junho e mantém o aumento de densidade por alguns dias, voltando a ter a densidade semelhante ao dia 15 de junho no final do ciclo. Veja o gráfico abaixo para entender.
Segundo os analistas do FUSE, o laboratório quer ampliar o estudo não só para expandir a lista de hashtags além daquelas usadas, mas também olhar para outros canais de comunicação como Facebook e as interações do Facebook. A idéia é investigar outras questões e especialmente entender os papéis de cada um desses canais no movimento e os papéis e as motivações dos diferentes intervenientes, incluindo os indivíduos não afiliados, estudantes e organizações políticas existentes, como o MPL, os partidos políticos tradicionais e coletivos como Anônimo. Leia o post original do blog aqui.
Referência: IDG Now
O estudo foi publicado no blog do FUSE em um post assinado pelos pesquisadores Andrés Monroy-Hernández e Emma Spiro e analisa o impacto do microblog a partir da leitura de mais de 1,5 milhão de tweets postados entre 01 de junho e 22 de junho contendo as hashtags #VemPraRua, #MudaBrasil, #ChangeBrazil, #ChangeBrasil, #passelivre, #protestosrj, #ogiganteacordou, #copapraquem, #PimientaVsVinagre, #sp17j, #consolação e #acordabrasil.
Segundo o post, embora o aumento das tarifas de ônibus estivesse nas notícias desde janeiro, a presença online do Movimento Passe Livre (MPL), criado há 8 anos, esteve limitada ao blog do MPL e à página do evento no Facebook até a primeira manifestação em 06 de junho, que atraiu milhares de pessoas. Posts sobre o confronto violento e os vídeos mostrando pessoas que foram feridas pela polícia que começaram a ser divulgados em mídias sociais foram um ponto de virada e garantiram ao movimento muita atenção no Twitter e no Facebook, que rapidamente se espalha para mais cidades brasileiras e para fora do país. Veja abaixo o gráfico de tweets que vai de 1 a 22 de junho.
O FUSE indica, em sua análise, três pontos importantes e interessantes sobre o movimento visto pela lente das redes sociais:
1. Tweets dos protestos em 17 de junho
Um pico de 96.531 tweets/hora aconteceu em torno das 20h00 em 17 de junho de 2013, quando os manifestantes invadiram o Congresso brasileiro. Mensagens com fotos sobre a invasão foram retuitadas inúmeras vezes gerando uma "tsunami" de tweets no horário. Na imagem abaixo é possível ver as ondas de tweets por hora e a sazonalidade é visível.
2. Natureza internacional dos protestos
Metade dos tweets veio de usuários cujo fuso horário é definido como "Brasília", enquanto o restante veio de uma ampla gama de fusos horários incluindo Santiago, Groenlândia, Meio-Atlântico, Havaí, Quito, Hora do Atlântico (Canadá), Eastern Time (EUA e Canadá), Londres, Pacific Time (EUA e Canadá), Central Time (EUA e Canadá), Istambul e Buenos Aires.
A proporção relativamente alta de usuários de Istambul foi particularmente interessante, dado os protestos semelhantes acontecendo na Turquia. O número real de tweets de Istambul foi muito pequeno (5.582 tweets postados por 3.517 contas diferentes), mas as conversas têm um atraso em comparação com a maior parte dos tweets, o que sugere que os tweets vindos de Istambul foram publicadas depois de ouvir a notícia do que estava acontecendo no Brasil (os tweets de Istambul atingiram um pico de 434 tweets/hora em 18 de junho).
3. Rede de interações fecha um ciclo
Talvez a descoberta mais fascinante é ver que a interação entre os usuários mais ativos (os top 1% dos usuários, que postaram pelo menos 20 tweets cada um) tem um comportamento cíclico de menções e retweets na semana. A rede de interação começa fraca em 15 de junho, passa a ser mais densa em 17 de junho e mantém o aumento de densidade por alguns dias, voltando a ter a densidade semelhante ao dia 15 de junho no final do ciclo. Veja o gráfico abaixo para entender.
Segundo os analistas do FUSE, o laboratório quer ampliar o estudo não só para expandir a lista de hashtags além daquelas usadas, mas também olhar para outros canais de comunicação como Facebook e as interações do Facebook. A idéia é investigar outras questões e especialmente entender os papéis de cada um desses canais no movimento e os papéis e as motivações dos diferentes intervenientes, incluindo os indivíduos não afiliados, estudantes e organizações políticas existentes, como o MPL, os partidos políticos tradicionais e coletivos como Anônimo. Leia o post original do blog aqui.
Referência: IDG Now
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