A Microsoft colaborou estreitamente com os serviços de
inteligência dos EUA para permitir que mensagens dos seus usuários
fossem interceptadas, ajudando a Agência de Segurança Nacional (NSA, na
sigla em inglês) a burlar a criptografia da própria empresa. A
informação foi revelada nesta quinta-feira pelo jornal inglês The
Guardian, que obteve documentos secretos com o ex-técnico da CIA Edward
Snowden.
A Microsoft negou as acusações. "Para que fique claro, a
Microsoft não fornece a qualquer governo acesso geral ou direto ao
SkyDrive, Outlook.com, Skype ou qualquer outro produto", afirmou a
companhia em nota publicada em seu site.
Os arquivos, segundo o The Guardian, ilustram a escala
de cooperação entre o Vale do Silício e as agências de inteligência nos
últimos três anos. Eles também lançam uma nova luz sobre o funcionamento
do programa secreto de monitoramento da NSA, o Prism, que foi divulgada
pelo The Guardian e pelo The Washington Post no mês passado.
Segundo os documentos vazados por Snowden no mês
passado, a NSA teria acesso a uma enorme quantidade de dados
provenientes de conversas individuais de usuários de internet e
telefonia. O vazamento também revelou que o programa Prisma permitia
espionar os servidores de nove das maiores empresas de tecnologia,
incluindo Microsoft, Yahoo, Google, Facebook, PalTalk, AOL, Skype,
YouTube e Apple.
Os documentos revelados nesta quinta-feira mostram que a
Microsoft ajudou a NSA a contornar sua criptografia, como uma resposta
às preocupações de que a agência seria incapaz de interceptar conversas
no novo serviço de e-mail da empresa, o Outlook.com. A empresa também
teria trabalhado com o FBI este ano para permitir que a NSA tivesse
acesso fácil ao seu serviço de armazenamento em nuvem SkyDrive.
Além disso, os documentos mostram que o Skype, que foi
comprada pela Microsoft em outubro de 2011, trabalhou com as agências de
inteligência do ano passado para permitir que o Prism coletasse vídeo e
áudio de conversas.
"Temos princípios claros que orientam a resposta em toda
a nossa empresa às exigências do governo por informação do cliente,
tanto para a aplicação da lei quanto para as questões de segurança
nacional", escreveu em nota a Microsoft ao The Guardian. "Levamos em
conta os compromissos com nossos clientes e o cumprimento da legislação
aplicável muito a sério, por isso, fornecemos dados de clientes somente
em resposta a processos legais", continua o texto.
Fonte: TERRA
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