Sabe qual a parcela da população com acesso à Internet? 2,4 bilhões
de pessoas , de acordo com estudo feito no final de junho de 2012.
Isso significa que tudo o que temos presenciado nos últimos tempos – de novas eras de informação, revoluções industriais e comerciais, regimes derrubados a construções de sociedades mais embasadas em ideias de (utópica) transparência – foi resultado de um modelo de comunicação restrito a apenas 33% da população mundial, estimada em 7,1 bilhões .
Isso também significa que testemunhamos apenas a ponta do iceberg da nossa era – talvez para o desgosto de tantos governos que se viram forçados a adaptar os seus status quo para continuarem vivos.
Se tantos inegáveis avanços já foram vistos quando apenas 33% dos mais privilegiados ficaram interconectados pela Web e pelas redes sociais, já imaginou em que patamar se estará quando todos os 7 bilhões de habitantes tiverem um poder de comunicação semelhante?
Quem dará o primeiro passo?
Dentre as respostas que costumam saltar quando essa pergunta é lançada, praticamente todas apontam para um futuro mais justo como decorrência de uma sociedade com poderes de comunicação que desconheçam fronteiras, limites ou mesmo regras impostas por alguma minoria.
Por outro lado, isso também coloca a humanidade em uma espécie de paradoxo sócio-político: afinal, quem poderia guiar o mundo para essa segunda fase da era da informação? Os governantes (eleitos ou não), que já perceberam que a informação ao alcance de todos os deixa em permanente estado de xeque?
Para que, exatamente, os governos mundiais efetivamente investirão na democratização plena da Internet?
Para se verem questionados, acuados e sob uma pressão que a História jamais testemunhou antes?
Se não aos governos, que já deram tantos sinais de ineficiência e alienação, caberia à própria população garantir o acesso às outras 5 bilhões de pessoas no mundo, realmente transformando a realidade em algo profundamente transparente? Sob esse aspecto, a sociedade em si (seja por meio de ONGs ou de iniciativas de poucos e honrados heróis) tem se mostrado ainda mais ineficiente do que o governo – em grande parte por depender do dinheiro dele para sequer existir.
O primeiro passo para essa nova fase já está sendo dado – só que justamente pelos considerados como grandes vilões do mundo: os “impérios capitalistas”. Sendo mais preciso: o Facebook e o Google.
A fase dois que já começou
Recentemente, o Facebook anunciou o Internet.org – uma espécie de consórcio capitaneado por ela e composto, dentre outros, por Samsung, Qualcomm, Ericsson e Opera Software, com o objetivo de garantir acesso à Web aos outros 5 bilhões de habitantes. Como? Por meio da produção de smartphones de baixíssimo custo e alta qualidade, atendendo assim às comunidades mais isoladas do mundo.
Por sua vez, o Google anunciou em junho o lançamento de uma rede de balões sobre o hemisfério sul que, movidos a energia solar, emanam sinais 3G de forma gratuita. A iniciativa, batizada de Project Loon, ainda está em fase de experimento, mas já é um indício mais do que claro de que a batalha entre Facebook e Google está se dando em territórios ainda inexplorados.
Obviamente, nenhuma das duas empresas tem como foco primário transformar o mundo em um lugar melhor – ideais utópicos, afinal, não costumam ter muito espaço em bolsas de valores.
Ambas estão em busca do óbvio: mais usuários para trafegar pelas suas redes e buscadores, somando mais audiência e mais retorno financeiro por meio de publicidade. Mas, no caminho dessa busca pouco altruísta, elas podem realmente acabar transformando o mundo em um lugar muito mais transparente e justo do que é hoje.
A boa notícia é que essa corrida evolucionária social já começou – e que, por não ter nenhum governo à frente, dificilmente terá interesses escusos para freá-la.
A má notícia é que interesses, por assim dizer, não precisam ser escusos para gerarem danos. Afinal, se duas empresas conseguirem, por meio de suas iniciativas, colocar 5 bilhões de novos usuários na Internet, elas terão um poder que nenhuma outra organização, pública ou privada, jamais sonhou em ter.
É hora de apertar os cintos
Se há uma coisa que a História já deixou claro é que heróis de hoje facilmente se transformam em vilões de amanhã aos olhos do público. Assim, caso essas (hoje) louváveis iniciativas vinguem, dificilmente Google e Facebook conseguirão sustentar por muito tempo uma posição de “líderes supremos”. Essa capacidade de governança mundial, no entanto, é algo ainda a ser debatido em outro momento.
Fato é que, seja qual for o desenrolar dessa nova fase, uma coisa pode-se ter como certa: o mundo em geral (e o mercado digital em particular) deve testemunhar, já em um futuro próximo, o crescimento mais explosivo que o próprio capitalismo já testemunhou.
Fonte: IDG Now
Isso significa que tudo o que temos presenciado nos últimos tempos – de novas eras de informação, revoluções industriais e comerciais, regimes derrubados a construções de sociedades mais embasadas em ideias de (utópica) transparência – foi resultado de um modelo de comunicação restrito a apenas 33% da população mundial, estimada em 7,1 bilhões .
Isso também significa que testemunhamos apenas a ponta do iceberg da nossa era – talvez para o desgosto de tantos governos que se viram forçados a adaptar os seus status quo para continuarem vivos.
Se tantos inegáveis avanços já foram vistos quando apenas 33% dos mais privilegiados ficaram interconectados pela Web e pelas redes sociais, já imaginou em que patamar se estará quando todos os 7 bilhões de habitantes tiverem um poder de comunicação semelhante?
Quem dará o primeiro passo?
Dentre as respostas que costumam saltar quando essa pergunta é lançada, praticamente todas apontam para um futuro mais justo como decorrência de uma sociedade com poderes de comunicação que desconheçam fronteiras, limites ou mesmo regras impostas por alguma minoria.
Por outro lado, isso também coloca a humanidade em uma espécie de paradoxo sócio-político: afinal, quem poderia guiar o mundo para essa segunda fase da era da informação? Os governantes (eleitos ou não), que já perceberam que a informação ao alcance de todos os deixa em permanente estado de xeque?
Para que, exatamente, os governos mundiais efetivamente investirão na democratização plena da Internet?
Para se verem questionados, acuados e sob uma pressão que a História jamais testemunhou antes?
Se não aos governos, que já deram tantos sinais de ineficiência e alienação, caberia à própria população garantir o acesso às outras 5 bilhões de pessoas no mundo, realmente transformando a realidade em algo profundamente transparente? Sob esse aspecto, a sociedade em si (seja por meio de ONGs ou de iniciativas de poucos e honrados heróis) tem se mostrado ainda mais ineficiente do que o governo – em grande parte por depender do dinheiro dele para sequer existir.
O primeiro passo para essa nova fase já está sendo dado – só que justamente pelos considerados como grandes vilões do mundo: os “impérios capitalistas”. Sendo mais preciso: o Facebook e o Google.
A fase dois que já começou
Recentemente, o Facebook anunciou o Internet.org – uma espécie de consórcio capitaneado por ela e composto, dentre outros, por Samsung, Qualcomm, Ericsson e Opera Software, com o objetivo de garantir acesso à Web aos outros 5 bilhões de habitantes. Como? Por meio da produção de smartphones de baixíssimo custo e alta qualidade, atendendo assim às comunidades mais isoladas do mundo.
Por sua vez, o Google anunciou em junho o lançamento de uma rede de balões sobre o hemisfério sul que, movidos a energia solar, emanam sinais 3G de forma gratuita. A iniciativa, batizada de Project Loon, ainda está em fase de experimento, mas já é um indício mais do que claro de que a batalha entre Facebook e Google está se dando em territórios ainda inexplorados.
Obviamente, nenhuma das duas empresas tem como foco primário transformar o mundo em um lugar melhor – ideais utópicos, afinal, não costumam ter muito espaço em bolsas de valores.
Ambas estão em busca do óbvio: mais usuários para trafegar pelas suas redes e buscadores, somando mais audiência e mais retorno financeiro por meio de publicidade. Mas, no caminho dessa busca pouco altruísta, elas podem realmente acabar transformando o mundo em um lugar muito mais transparente e justo do que é hoje.
A boa notícia é que essa corrida evolucionária social já começou – e que, por não ter nenhum governo à frente, dificilmente terá interesses escusos para freá-la.
A má notícia é que interesses, por assim dizer, não precisam ser escusos para gerarem danos. Afinal, se duas empresas conseguirem, por meio de suas iniciativas, colocar 5 bilhões de novos usuários na Internet, elas terão um poder que nenhuma outra organização, pública ou privada, jamais sonhou em ter.
É hora de apertar os cintos
Se há uma coisa que a História já deixou claro é que heróis de hoje facilmente se transformam em vilões de amanhã aos olhos do público. Assim, caso essas (hoje) louváveis iniciativas vinguem, dificilmente Google e Facebook conseguirão sustentar por muito tempo uma posição de “líderes supremos”. Essa capacidade de governança mundial, no entanto, é algo ainda a ser debatido em outro momento.
Fato é que, seja qual for o desenrolar dessa nova fase, uma coisa pode-se ter como certa: o mundo em geral (e o mercado digital em particular) deve testemunhar, já em um futuro próximo, o crescimento mais explosivo que o próprio capitalismo já testemunhou.
Fonte: IDG Now
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