quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Serviço é o responsável por entregar novas funcionalidades a diversas versões do Android, sem a necessidade de atualizar o sistema todo.

Como o Google Play Services pode ser mais valioso que o Android


Desde setembro de 2012, a Google lançou um novo app que, apesar de não ser muito visível aos olhos dos consumidores, faz bastante diferença no sistema operacional como um todo. Trata-se do Google Play Services: embora não conste no menu de aplicativos, acaba sendo o responsável pela importante tarefa de entregar novos recursos ao Android (2.2 em diante), sem que um upgrade do sistema seja necessário.
Quer um exemplo de peso? Android Device Manager (ADM). Quando a ferramenta de rastreio de celulares perdidos ou roubados foi anunciada pelo Google, poucos imaginaram que a função seria entregue de maneira tão transparente aos mais diversos celulares equipados com o sistema operacional móvel da Google. E o responsável pela mágica foi o próprio Google Play Services.


Por que existe o Google Play Services?

Se você esteve acompanhando as últimas atualizações do Android, pode ter percebido uma mudança importante: a Google vem separando seus serviços do Android. Gmail, Hangouts, Maps e até mecanismos bastante intrínsecos, como a busca e o teclado virtual do sistema, se tornaram aplicativos independentes, que podem ser instalados ou removidos por qualquer pessoa.
De acordo com o site LifeHacker, essa separação teve uma vantagem muito grande: a inclusão de novos recursos em determinado aplicativo é entregue individualmente, agilizando muito a periodicidade dessas atualizações.

Como o Google Play Services pode ser mais valioso que o Android

Porém, isso também criou um problema. Ao criar um aplicativo, desenvolvedores fazem uso da Interface de Programação de Aplicativos, popularmente conhecida pela sigla API. Essa é uma coleção de rotinas e funções que podem ser acessadas pelos programadores para ativar ou executar recursos do sistema operacional.
A API do Android, por exemplo, possui funções para o uso da câmera do celular. Sendo assim, o desenvolvedor do Instagram ou de qualquer outro aplicativo que faz uso da câmera não precisa criar esses procedimentos do zero, podendo simplesmente usar as funções já existentes do sistema. Isso garante mais padronização e segurança.
Porém, essa API está diretamente ligada ao Android e é por isso que boa parte dos aplicativos exige uma determinada versão do sistema: algumas das funções usadas pelo software só estão disponíveis na API do Android 4.1, por exemplo.
Já que o Android pode ser usado por qualquer fabricante de celular, com ou sem os aplicativos da Google, fica difícil garantir que todos os aparelhos usarão a versão mais nova do SO, com os últimos recursos. Ao contrário do iPhone e do iOS, o cenário do Android é bastante fragmentado. Assim, para tornar esse mosaico mais interessante, surge uma nova peça: o Google Play Services.


Funções novas, independentemente do SO

Por meio do Google Play Services, a empresa consegue entregar novas funcionalidades para os mais diferentes celulares, estejam eles equipados com o Android 2.2 ou 4.3. Foi por meio desse serviço que as principais novidades anunciadas na última Google I/O foram implementadas. É o caso, por exemplo, do Play Gamese da sincronia de notificações entre dispositivos diferentes.

Como o Google Play Services pode ser mais valioso que o Android

Essa é uma ótima solução para consumidores de dispositivos low end, que acabam sendo esquecidos por fabricantes e nunca têm seus produtos atualizados.
É claro que cada versão do Android continua com seus recursos exclusivos, como é o caso da diferenciação de perfis restritos do Android 4.3, por exemplo. Porém, as funcionalidades mais críticas agora são entregues democraticamente entre os dispositivos.


Android 5.0 e Services

Todas essas novidades parecem estar em sintonia com os rumores de que o Android 5.0 Key Lime Pie será compatível com aparelhos mais simples, com apenas 512 MB de RAM. Isso não significa uma unificação completa da plataforma, mas sim que a integração será bem maior do que a que temos hoje.
Em vez de esperar meses ou anos pela nova versão do sistema — que pode nem ser compatível com seu smartphone —, os usuários receberão as novidades lançadas pela Google rapidamente, independentemente da “sobremesa” instalada no celular ou do ano de lançamento do dispositivo. Bom para os consumidores, bom para os fabricantes e, principalmente, bom para o Android.


Referências:

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