terça-feira, 3 de setembro de 2013

Correio eletrônico nacional seria uma alternativa mais segura.
Dados ficariam armazenados no Brasil.

As denúncias de monitoramento ilegal de dados de brasileiros pelo governo americano levaram o Ministério das Comunicações a pedir a criação de um e-mail nacional.
Os Correios receberam a tarefa de estudar a implantação de um e-mail nacional com criptografia, que protege a informação. A empresa já trabalhava para criar um sistema de mensagens eletrônicas para fins empresariais, com confirmação de leitura pelo destinatário.
Depois das recentes denúncias de monitoramento ilegal de dados pelo governo americano, o Ministério das Comunicações sugeriu estudos para ampliar esse sistema. Segundo o governo, o e-mail nacional seria uma alternativa mais segura porque os dados ficariam armazenados no Brasil, diferentemente do que ocorre com os provedores estrangeiros.
“É uma decisão que infelzimente não resolve todo o problema. Outras ações precisam ser tomadas já que nós sabemos que a maioria das mensagens eletrônicas elas trafegam como cartão postal. Todo mundo pode vir a ler as mensagens, caso o carteiro tenha acesso a essas informações”, diz Marcelo Lau, professor de Gestão de Segurança da Informação da Fiap.
Um correio eletrônico nacional apenas é viável e elimina o risco do servidor. Os especialistas em tecnologia explicam que a caixa de e-mail, como o nome bem diz, serve só para armazenar as mensagens. É necessário transmiti-las, o que implica em toda uma infra-estrutura impossível de ser controlada.
O caminho que o e-mail percorre até chegar ao destino é complexo. Ele passa por vários servidores, que ligam os computadores à internet. A mensagem pode ser "desviada" do servidor de origem de quem manda o email e também durante a transmissão pela internet via satélite, cabos subterrâneos ou submarinos.
Há ainda o risco do servidor do destinatário ter algum programa espião, sem falar no risco dos usuários que podem ter vírus instalados em seus computadores ou smartphones.
O especialista explica que há dez anos acontece uma ciberguerra entre as nações na rede, que passou da hora do Brasil se defender. “Temos que botar em prática nossa política de cyberdefesa, que está muito bem projetada, mas precisa receber mais investimentos pra que rapidamente o Brasil levante as suas barreiras em relação a isso. E precisamos acelerar esse processo”, diz Marcelo Zuffo, engenheiro eletrônico da Poli/USP.

Fonte: Jornal da Globo

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