quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Falhas graves de segurança foram encontradas em três aplicativos para iOS, o Easy File Manager, o WiFi HD Free e o FTPDrive. O responsável pelo achado foi o hacker Bruno Oliveira, consultor sênior de segurança da Trustwave. Segundo ele, as brechas permitem que invasores leiam e até mesmo apaguem arquivos de um iPhone.
A descoberta foi revelada pelo brasileiro durante o evento de segurança AppSec, realizado nesta semana nos Estados Unidos. Oliveira pesquisou mais de uma dezena de aplicativos criados para armazenar e compartilhar arquivos, e vulnerabilidades foram encontradas nesses três. Segundo o hacker, o Easy File Manager é talvez o mais problemático, já que “permite a um possível invasor ver, listar, publicar e deletar arquivos” de um dispositivo com iOS.  
As consequências para quem utiliza um dos apps do trio são diversas. Um cracker pode, por exemplo, roubar informações pessoais do usuário armazenadas no dispositivo. E a situação pode ser ainda pior caso o aparelho esteja conectado a uma rede corporativa.
“Nesse caso, o mesmo invasor poderia utilizar o dispositivo para acessar, monitorar e investigar a rede”, diz Oliveira. “Ou pior: até atacá-la, utilizando como sistema base o aparelho iOS comprometido.” Em um iPhone com jailbreak (desbloqueado), o ataque pode ser ainda mais devastador, já que não há limitações do sistema que impeçam um cracker de praticamente tomar o controle do smartphone ou tablet – e possa até mesmo apagar o sistema operacional.
Prevenção – Aos usuários, a recomendação para evitar tais problemas é não baixar apps de fabricantes desconhecidos – ou, no caso, um dos três mencionados, ao menos até que correções sejam feitas. Já as empresas precisam dedicar uma atenção especial à segurança no desenvolvimento de seus software, evitando vulnerabilidades do tipo. “Isso inclui condução de testes de penetração em suas aplicações, antes de estarem disponíveis para os usuários”, diz o hacker. E, claro, também é preciso se preocupar com a segurança dos próprios aparelhos.
Oliveira também destaca a importância de realizar “constantes treinamentos de conscientização dos funcionários”, para assim deixá-los a par “das melhores práticas de segurança”. Para as companhias, ainda vale a implementação de controles de segurança que possam “isolar um dispositivo móvel do resto da rede, caso o aparelho esteja comprometido”.
Papel da Apple – Para Oliveira, a empresa “realiza um bom trabalho de prevenção de malware na loja virtual”. “É quase impossível impedir falhas de software em aplicativos”, diz ele, caracterizando o trabalho como exaustivo e interminável. E completa: “um app só se mostra vulnerável a partir da descoberta da falha por um pesquisador”. Ou seja, de certa forma, o papel da Apple de evitar apps maliciosos está cumprido. O que falta é atenção por parte dos desenvolvedores.

Fonte: Revista Info

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