Dois cientistas da computação afirmam ter encontrado uma falha fatal no protocolo que define a bitcoin, a moeda virtual que vem se valorizando explosivamente nos últimos meses. Eles dizem que a falha é tão grave que pode provocar o colapso da moeda.
A falha foi encontrada por Emim Gün Sirer e Ittay Eyal, ambos da Universidade de Cornell, no estado americano de Nova York. O problema tem relação com a maneira como as bitcoins são produzidas. Isso é feito por meio de algoritmos matemáticos, já que a moeda é basicamente um código.
Quando as bitcoins apareceram, em 2009, a maneira de obtê-las era pôr um computador para trabalhar gerando os códigos, atividade que é conhecida como mineração. Hoje, é mais comum alguém comprar bitcoins do que minerá-las.
O algoritmo que produz as bitcoins faz com que a mineração se torne cada vez mais difícil. Há um limite de 21 milhões de bitcoins em circulação. Quanto mais perto se chega desse limite, mais poder computacional se torna necessário para minerar a moeda.
Por causa disso, mineradores passaram a se unir, formando redes cada vez maiores com muitas máquinas trabalhando em paralelo.
O que Sirer e Eyal descobriram é que, quando uma dessas redes de processamento paralelo cresce muito, ela passa a obter mais do que a parte que lhe caberia. Isso pode trazer um desequilíbrio fatal para o sistema.
“Quando se chega a essa ponto, o valor da bitcoin entra em colapso. A moeda passa a ser controlada por uma única entidade. Ela deixa de ser descentralizada”, diz Sirer em seu blog.
“A entidade controladora pode determinar quem participa da mineração e quais transações são efetivadas. Pode até desfazer transações”, acrescenta ele.
Sirer e Eyal dizem ter desenvolvido uma correção que poderia atenuar o problema. Se ela for implantada, o sistema que embasa a bitcoin estará seguro desde que nenhum grupo controle 25% ou mais do poder computacional usado na mineração.
Eles reconhecem, porém, que essa solução pode não ser eficaz. “Existem grupos de mineradores que comandam mais de 25% do poder computacional. No passado, já houve grupos que detinham mais de 33%”, diz Sirer.
No blog de Sirer, várias pessoas contestam seus argumentos. Alguns dizem que a falha já era conhecida e, até hoje, não causou problemas práticos. A discussão deve prosseguir até que outros especialistas tenham confirmado ou negado as afirmações de Sirer e Eyal.
Ao menos por enquanto, o mercado parece não ter se abadado com a revelação dos dois pesquisadores. A moeda está sendo negociada hoje por cerca de 250 dólares contra cerca de 215 dólares neste último domingo. A cotação subiu 16% em apenas três dias.
Fonte: Revista Info
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