terça-feira, 18 de agosto de 2015



Amigos leitores, no dia de hoje vim falar sobre uma distribuição (distro) Linux com uma proposta interessante.

Introdução


Primeiro acho que a pergunta "O que é isso?" é válida. No site oficial da distro, há uma resposta oficial: "Trisquel GNU/Linux is a fully free operating system for home users, small enterprises and educational centers.", traduzindo livremente seria algo como "Trisquel GNU/Linux é um sistema operacional completamente livre para uso doméstico, pequenos negócios [(empresas)] e centros educacionais. A resposta à pergunta resume bem a ideia do sistema, uma distribuição completamente livre com algumas aplicações específicas.

Aviso


O texto a seguir contém opiniões e impressões pessoais, podendo ser parcial em alguns momentos. Ele não representa a opinião da Brutal Security nem de nenhum de seus outros membros, apesar de elas poderem coincidirem.

Características


Trisquel é livre, isso é muito bom, pois existem todas as vantagens de usar Linux e além disso ser software livre e de código aberto (as quais os leitores do site estão cansados de ouvir). Seus mantenedores são espanhóis e em especial essa distro é totalmente livre, ou seja, não há software proprietário incluído na instalação padrão exceto plugins do Abrowser (navegador padrão do SO), o que não significa que será possível instalá-los manualmente depois, o detalhe é que isso pode ser um entrave para que alguns programas possam funcionar corretamente, fora que às vezes uma instalação manual pode ser trabalhosa.

Sobre o SO (Sistema Operacional) em si, ele vem com o Gnome por padrão como o ambiente gráfico e possui algumas características do Ubuntu (felizmente as boas) e ainda conta com suporte a softwares do Debian (ou seja, mais de 26000 pacotes são suportados, sendo 224 disponíveis em seus repositórios padrão e 52 que já vêm no SO), logo, o "desgaste" inicial pode ser relativamente grande, porém depois do sistema funcionando tudo necessitará de somente uma manutenção básica (que é inerente aos sistemas computacionais diversos).

Avaliação


O bom e velho (e porque não objetivo)"prós e contras".

- Pontos positivos


Primeiro os motivos pelos quais você deveria dar uma chance para a distro em questão (ou ao menos testá-la).

- É Linux, software livre e de código aberto

Nem preciso explicar esse ponto.

- Tem uma proposta inovadora

 Se está a algum tempo no "mundo Linux" deve ter percebido a infinidade de distros disponíveis, porém as que oferecem a proposta de serem totalmente livres são poucas (para ser um pouco mais exato, em torno de 6).

- Design

O design do sistema é muito bom e possui algumas animações por padrão (graças ao uso do Gnome, do qual estarei falando mais abaixo), além de que permite uma personalização alta e ainda por padrão há uma "tweak tool" (uma espécie de gerenciador de temas onde podem ser definidos detalhes, ajudando muito uma personalização no modo gráfico para também os novatos usarem). Outro detalhe interessante é que é possível facilmente mudar o papel de parede da área de trabalho (algo comum) e também é possível de maneira fácil alterar o papel da tela de login, somente clicando na área de trabalho com o botão direito e selecionando a opção "mudar papéis de parede".

- Suporte nativo abrangente

Apesar de, em alguns momentos, instalações manuais serem trabalhosas, não apagam o fato de que o suporte do Trisquel é muito bom, pois dispõe de todos os pacotes do Debian e ainda os que formam os repositórios do Ubuntu, logo, provavelmente, será possível executar/instalar "qualquer" programa compilado num pacote .deb ou da "família tar" (.tar (pouco comum em pacotes de programas), .tar.7z, .tar.Z (incomum), .tar.bz2, .tar.gz, .tar.lz, .tar.lzma (incomum) e .tar.xz.

- Personalização de repositórios

Existe a possibilidade de utilização de repositórios personalizados. Os que acompanham o site e nossa página devem ter se deparado em vários momentos com posts sobre regulagem de repositórios que muitas vezes não vêm adicionados na instalação padrão, o que não ocorre com o Trisquel, que já está pré-configurado com todos os seus repositórios padrão/oficiais, sendo necessário somente executar o processo de atualização padrão de um sistema Linux.

- Interface leve

O Gnome não possui fama de ser pesado, porém certos sistemas conseguem fazer com que ele torne-se lento e exija muitos recursos para poder funcionar corretamente. O Trisquel está atualmente com a versão 3.8.4 e está bem leve em minha máquina (que está sendo usada para escrever-lhes esse post, a qual foi usada para os testes que serão apresentados no decorrer deste post).

- Sistema limpo

Se ter poucos pacotes à disposição pode ser considerado um problema, evita que o sistema venha abarrotado com programas desnecessários, que rodando em segundo plano poderiam comprometer o desempenho do sistema.

- Pontos negativos


Bem, como nem tudo são flores, vamos aos pontos negativos da distro.

-  Instalações manuais

Por ter "somente" cerca de 220 pacotes disponíveis em seus repositórios oficiais, pode ser necessário realizar instalações manuais em alguns momentos, ou a utilização de repositórios não-oficiais (o que somente deve ser feito por usuários avançados e que pode resultar em falhas ou até comprometimento do sistema).

Para se ter uma ideia, o Mozilla Firefox não está disponível nos repositórios do SO e apesar de haver um browser (navegador), chamado Abrowser que é baseado no Firefox e está totalmente integrado ao sistema, inclusive está presente na instalação padrão é muito bom e funcional, porém não é Firefox. Aqui chegamos na mesma discussão entre Iceweasel (uma versão, teoricamente, totalmente livre e open source) e Firefox. Talvez seria uma opção melhor usar o Iceweasel como navegador padrão, pois evita dividir ainda mais os usuários dentro da concorrência entre os navegadores, usar o Firefox seria uma opção mais interessante ainda, alguns podem pensar, no entanto isso iria de encontro ao lema de "ser 100% livre", porque a Mozilla mantém o Firefox.

- Drivers nativos

Como drivers são proprietários, o Trisquel não tem suporte nativo à drivers, inclusive os das amadas placas de vídeo off-board, e os acessórios "gamers", então antes de mudar para o Trisquel, verifique junto ao site/fórum da fabricante dos seus periféricos se os mesmos possuem drivers para Linux e como deverá ser feita a instalação.

- Requisitos

Bem, a máquina que eu utilizei possuía 4 GB de memória RAM, os mantenedores recomendam no mínimo 1 GB porém nesse momento estou com somente o navegador aberto e o uso de RAM está em torno de 750 MB (0,75 GB), sendo 260 MB somente do navegador (com 1 aba aberta), logo, 1 GB somente pode fazer o computador ficar lento e até travar, então não recomendo usá-la em máquinas muito antigas, ou que pelo menos haja 2 GB disponível.

- Somente versão de 64 bits

Caso seu processador não tenha suporte à sistemas 64 bits pode ser que o Trisquel não funcione corretamente, ou nem possa ser instalado.

- Kernel desatualizado

Compreendo que os desenvolvedores precisem de tempo para atualizarem seus sistemas, o fato é que o kernel do Trisquel está na versão 3.13.0-61, sendo que a atual (estável) é a 4.1.5 e isso pode significar que algumas falhas e bugs estão funcionais no sistema.

Testes de desempenho


Antes de mais nada, vou deixar a lista com as configurações da máquina usada para os testes.

Notebook Positivo Sim+ modelo 1471
4 GB RAM
HD 500 GB Seagate 5400 RPM (SATA 2)
Intel Core 2 Duo T6600 2.2GHz
Mobile Intel® GM45 Express Chipset (integrada)

Outros detalhes relevantes:

SO: Trisquel GNU/Linux 7.0 x64

Abrowser 40.0 (com NoScript, Ublolck Origin e HTTPS Everywhere)
YouTube (Player com HTML5)

- Teste 1

Navegador (Abrowser) com duas abas (Nosso grupo no Facebook e um vídeo).

Uso total de RAM: 630,3 MB
Uso do Abrowser: 458,6 MB (72,76%)





- Teste 2

Navegador (Abrowser) com duas abas (Nosso grupo no Facebook e a página inicial do Youtube).

Total de RAM: 827,2 MB
Abrowser: 398,6 MB (48,18%)




- Teste 3

Navegador (Abrowser) com 2 instâncias (site Trisquel GNU/Linux, 4 abas do Facebook (sendo 1 facebook.com) + Navegador de arquivos com 1 pasta + Libreoffice com documento do Writer (em branco)

Total: 762,8 MB
Abrowser: 523,5 MB (68,62%)
Libreoffice (soffice.bin): 72,8 MB (9,54%)
Nautilus: 20,9 MB (2,73%)



Outras imagens do sistema

Central de Aplicativos
(parecida com uma versão antiga da do Ubuntu)

Configurações do sistema
("Painel de Controle" do Linux")

Gerenciador de Atualizações
(Idêntico ao do Ubuntu atual)

Desktop com o menu principal aberto

Desktop (Área de Trabalho)

Synaptic (Gerenciador de pacotes)

Terminal exibindo a versão do sistema

TOR Browser 5.0 rodando

Registro dos recursos do sistema após iniciar

Tela de Detalhes mostrando versão do Gnome


Conclusão


Apesar dos pontos negativos, recomendo-a para você usuário intermediário no Linux, se você for novato, tente usar o Metamorphose Linux (o qual já fizemos review aqui), caso deseje é possível rodar uma versão live (que não necessita de instalação).

Referências


Site Oficial (em inglês)


Espero que tenham gostado. Caso deseje se aventurar nesse sistema, poderemos tirar suas dúvidas no nosso grupo no Facebook, aproveite e curta nossa página também.

Até a próxima!

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